O RUÍDO ENSURDECEDOR DO SILÊNCIO

09/03/2017 17:16

Sim, o silêncio faz ruído... Não estou louco, o silêncio pode se tornar um ruído insuportável! Mas, você pode estar se perguntando: Como o silêncio pode ser tão ensurdecedor? Pode, o silêncio é relaxante, mas, ao mesmo tempo, pode ser desesperador.

 

O silêncio tranquiliza, descansa, restabelece a energia do corpo e da mente, principalmente após um grande barulho ou longas horas de trabalho. Nada melhor que um canto sossegado, de preferência sozinho, parado, pensando em nada. Esse é um ótimo silêncio, capaz de nos fazer recuperar o equilíbrio, antes de uma difícil decisão.

 

Meditação também é uma boa pedida para relaxar após um dia de trabalho, estudos ou qualquer outro tipo de correria que assolou o nosso dia. Recomendada para aliviar o stress, combater o cansaço da mente e corpo, desligando por alguns momentos do mundo. Esse silêncio é ótimo e altamente recomendado, pois além de relaxar, nos torna mais criativos e melhores para solucionar os problemas em nossas vidas.

 

Mas, o silêncio ensurdecedor ao contrário, não acalma, estimula o corpo e a mente, não deixa a pessoa descansar, deixa o sistema nervoso em frangalhos.

 

 Mas que tipo de silêncio é esse?

 

Ele pode ser o silêncio que o pai ouve na sala de espera de um hospital, onde seu filho está passando por uma complicada cirurgia e ele não sabe se vai sobreviver. Nem os médicos deram esperança, mas decidiram que o melhor caminho seria essa cirurgia. Agora enquanto espera, não consegue pensar em nada, fica tentando parecer firme, mas nem o silêncio consegue acalmá-lo.

 

A mãe que espera pelo resultado do exame de sua filha, não sabe que doença ela tem, mas está a beira da morte. Enquanto espera fica com ela de mãos dadas, não sabe se no outro dia poderá vê-la com vida. Para essa mãe somente resta o silêncio, que não traz alento, somente a deixa mais aflita. Quando o doutor chega, com o resultado em suas mãos, esse silêncio que antecede o que será dito, a está matando aos poucos.

 

Casal novo, ambos apaixonados e ele passou o dia tentando surpreender sua namorada em pleno dia dos namorados. Para isso comprou um lindo anel, tencionava a pedir em casamento, parecia ser uma boa ideia. Mas agora ajoelhado, todos olhando a cena e ela apesar do sorriso, não responde de imediato. O coração dele, quer sair pela boca, sua voz de repente ficou rouca, ele pensa que não vai resistir. Mas ela continua olhando seu namorado, ajoelhado a seus pés e nem percebe que o suspense, o maldito silêncio, o está matando com seu enorme estrondo.

 

Após um grave acidente, depois que a poeira toda baixou, os espectadores ficam nervosos, não sabem se há algum sobrevivente. Esses segundo que antecede aos metros percorridos até os destroços, os mata de desespero, todos querendo rapidamente socorrer as possíveis vítimas. Quando os feridos são socorridos e levados na ambulância, novamente o gritante silêncio faz seu eco ouvir. Estão vivos ou mortos? É a pergunta que ninguém no momento sabe responder e todos voltam a ficar ouvindo o ruído ensurdecedor do silêncio!

 

É o silêncio tem sim barulho, por mais ilógico que seja, ele quase sempre troveja em nossos ouvidos. Esse barulho ensurdecedor de um suspense, dúvidas, incerteza, não é mais do que a ansiedade, a dúvida por ter que encarar o inevitável desconhecido. E quem consegue superá-lo?

 

Quem consegue ficar tranquilo na véspera de seu casamento, uma viagem de seus sonhos ou de um difícil exame? A noite quando todos na casa dormem, o silêncio vem tirar a tranquilidade, com seu ruído ensurdecedor. Por mais que tente procurar pelo sono, ele se esconde, ficando somente o ruído do silêncio.

O advogado na véspera de um grande julgamento, o aluno antes de uma importante prova ou do vestibular. O escritor diante do papel branco a sua frente, o réu antes de seu julgamento, o estádio e o jogador, antes da batida do pênalti decisivo, quem consegue não ouvir o ensurdecedor ruído do silêncio?